NAVIO


Vamos fazer assim, por partes. O lugar é lindo. Vale a pena conhecer, mas antes de falar das belezas e curiosidades, vamos começar com o navio.

Na agência de viagens em Belém:

- Vocês irão até a Ilha do Marajó de navio.
- De navio? Quanto tempo de viagem?
- Por volta de umas 3 horas no navio. Uma van os buscará às 5:30 no hotel.
- Puxa, e o que tem para fazer no navio? Tem lanchonete?
- Tem sim. Você pode andar pelo navio. A vista é muito bonita.

No dia seguinte, o navio:




O tal do navio tinha lanchonete sim. Além disso, tinha desorganização à vontade. Falta de segurança? Ah, isso não faltava...

É uma pena. A Ilha do Marajó é um local de altíssimo potencial turístico, mas é mal explorado. O tal do navio não era nada mais, nada menos, do que um “ônibus de passageiros flutuante”. Os passageiros não eram todos turistas. Em sua maioria, eram moradores da região. Não vejo problema quanto a isso, porém não é isso que se espera de um passeio turístico quando vendem uma viagem em um navio. Confesso que não esperava um navio de verdade, mas, no mínimo, esperava uma embarcação adequada para um passeio turístico. Ta certo que valeu a experiência, pois serviu para conhecermos a cultura local. Agora entregar o que foi vendido não seria nada mal...

O que impressiona mesmo é a falta de segurança. A primeira reação que tivemos ao ver a embarcação foi questionar sobre uma possível superlotação. Felizmente, não era o caso, apesar da aparência ao chegarmos, pois a maioria dos passageiros se encontrava de pé (Detalhe: tivemos que batalhar um lugar para sentar).

Ouvi dizer que está ocorrendo fiscalização para evitar superlotação, no entanto me questionei se não existem outros aspectos a serem observados:

- Não houve explicação sobre medidas de segurança em caso de emergência.
- Existiam fileiras com dez assentos dispostos lado a lado com saída apenas pelas laterais.
- Praticamente não havia espaço entre as fileiras (mal cabiam as nossas pernas).
- Havia bagagem espalhada por todo o barco, o que atrapalharia a passagem em caso de emergência (Que passagem?)
- Grande parte dos coletes salva-vidas estava embalada em plástico. Não deveríamos vesti-los ao embarcar?


Falta de espaço


Coletes embalados


O desembarque


O desembarque

Acredito que uma analisada um pouco mais criteriosa ainda constataria várias outras irregularidades. Estou com vontade de denunciar. Alguém tem idéia de como fazer isso de maneira efetiva? De um jeito que realmente dê resultado?

Ah, no meio da viagem uma onda molhou minha mala. Sorte que era impermeabilizada. Acho que uma senhora que levava uma televisão não teve a mesma sorte.