terça-feira, setembro 02, 2003

PINDURA

Leiam atentamente o texto abaixo.

AIDAR DEFENDE A TRADIÇÃO DO ‘ PINDURA’
Fonte: Assessoria de Imprensa
08/08/2003

O dia 11 de agosto, Dia do Advogado, marca a criação dos cursos jurídicos no Brasil, mas para muitos estudantes e profissionais do Direito a data possui mais uma tradição: o Pindura. Trata-se de uma manifestação que surgiu na metade do século XIX, quando os proprietários de restaurantes convidavam os acadêmicos, seus fregueses habituais, para brindarem a grande data da Advocacia. “ Com o passar dos anos e o incremento da crise econômica, diminuíram os convites para os estudantes, mas a criatividade e a irreverência dos acadêmicos encontraram alternativas para a comemoração e o Pindura surgiu na forma como o conhecemos hoje. Os estudantes entram como fregueses normais, comem, bebem , fazem um pronunciamento sobre a data festiva e mandam pendurar as contas”, conta Aidar.

Embora afirme que a vocação do advogado começa no respeito à lei, Aidar não deixa de reconhecer que o Pindura tem um tom de irreverência, que precisa ser mantido. “ No caso de impasse na hora de pagar a conta, a alternativa é dirigir-se ao Distrito Policial mais próximo para que as partes possam colocar seus pontos de vista ao delegado, que também foi bacharel de Direito, um dia. Os estudantes devem comprovar que dispõem de recursos para pagar as despesas, para não serem enquadrados em crime penal, mas não o fazem por respeito à tradição do Pindura”, diz o presidente.

Como a confraternização do Pindura nem sempre é encarada com bom humor pelos gerentes de restaurantes, Aidar afirma ser favorável, também, ao “Pindura Diplomático”, pelo qual o Centro Acadêmico faz um contato antecipado e comunica a quantidade de alunos participantes, especialmente junto aos estabelecimentos mais caros da cidade. “Embora comprometa a surpresa do Pindura, a proposta parece razoável. Também seria o caso de os estudantes pensarem em alternativas para abrandar os gastos dos restaurantes visitados, pagando a bebida consumida, por exemplo”, pondera Aidar. Outra garantia para os restaurantes são as “comendas” ou ofícios emitidos pelos Centros Acadêmicos, garantindo que quem está fazendo o Pindura é um estudante de Direito.

Mais informações na Assessoria de Imprensa, nos telefones 3291-8175/82.




Esse Aidar é nada mais, nada menos do que o presidente da OAB/SP. Reparem nos trechos que fiz questão de ressaltar:

"Embora afirme que a vocação do advogado começa no respeito à lei"
Esse “embora” não foi colocado aí por engano?

"Os estudantes devem comprovar que dispõem de recursos para pagar as despesas"
Ah, claro... Se eles não tivessem condição e colocassem a fome como justificativa, eles seriam enquadrados em crime penal.

"A confraternização do Pindura nem sempre é encarada com bom humor"
Que coisa, né? Esses donos de restaurante são muito mal humorados. Não gostam de brincar de não serem pagos pelos serviços e produtos que oferecem.

"Aidar afirma ser favorável, também, ao “Pindura Diplomático”"
Também? Claro... Todo Pindura deve ser incentivado.

Este texto que reproduzi estava no site da OAB/SP no dia do Pindura. O pior de tudo isso é que ouvi vários advogados defenderem a idéia!

Lembrem-se: a tradição do Pindura lesa os donos de restaurante.
Os direitos dos donos de restaurante não deveriam ser defendidos pelos ditos profissionais da lei?

Outra dúvida:
Por que os advogados teriam esse privilégio?
Poderiam instituir o dia do Pindura para catadores de papel, camelôs? Afinal, uma tradição deve começar algum dia...


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