segunda-feira, outubro 06, 2003

BOM PARA QUEM?

Meu questionamento pode parecer meio estúpido.
No entanto, trata-se de uma dúvida recorrente.
Por mais que eu leia sobre o assunto, nenhuma explicação tem conseguido me satisfazer.
Estou falando sobre drogas.

Por que usá-las?
Qual a lógica?

Já me disseram que é bom.
Isso mesmo! Já me disseram que é bom.
Não duvido disso, sobretudo porque o que é considerado bom depende muito do referencial. Cada um pode fazer sua própria análise sobre a questão.

Uma coisa boa seria aquela que nos dá prazer?
Acho que sim. Na seqüência, então, outra pergunta:
O que nos dá prazer?

Talvez essa seja uma das grandes questões mal discutidas. Na minha opinião, as pessoas não sabem bem o que procuram e não valorizam o que realmente pode lhes propiciar maior prazer.

Acho que existem muitas fontes de real prazer na nossa vida, mas nem sempre as identificamos e nos utilizamos delas. Quantas vezes não recebemos convites para sair e encher a cara? Como se a diversão dependesse do grau de álcool no organismo. Isso não é necessário. Acho engraçado, pois já me perguntaram por diversas vezes se eu estava chapado por estar descontraído. Não, normalmente não estou. Não que eu não beba (já disse que bebo às vezes em um post passado), mas não busco prazer na bebida. Pelo menos não o prazer causado pelo estado de embriaguez.

Bem, a droga pode ser uma das opções que geram um certo prazer, mas dentro de uma gama enorme de opções, como seres humanos pensantes, somos capazes de escolher alternativas mais adequadas. Existem duas questões principais que devem ser consideradas e levam a descartar a alternativa da droga. Falo de duas implicações extremamente negativas: o mal físico ou orgânico e o mal social.

O mal físico:
Estão mais do que discutidos os malefícios causados pelas mais variadas drogas. Acho que podemos encontrar prazer de várias formas mais inteligentes que não prejudiquem nosso próprio corpo. Por que buscarmos um mal para nós mesmos? Esse corpo que temos é um instrumento para que consigamos atingir nossas metas, nossas conquistas.

O mal social:
Toda e qualquer ação que tomamos na nossa vida gera conseqüências para outras pessoas, para o ambiente em que vivemos. Isso é fato. O usuário de drogas perde o controle de si mesmo e pode ser nocivo. Certas atitudes tomadas neste estado de descontrole podem ser agressivas e inconseqüentes. Além disso, analisando a questão sob uma abrangência maior, percebe-se que toda uma cadeia de produção, comercialização e consumo de drogas faz com que os efeitos nocivos da droga no contexto social se propaguem e se fortaleçam. Se fizermos a escolha errada, podemos fazer parte disso.

Isso tudo não é um discurso moralista barato. Questões morais obviamente estão envolvidas, e poderiam ser ressaltadas ao analisarmos a questão do mal social oriundo do uso da droga, mas intenção desse post não é detalhar essa questão (quem sabe num próximo post?). Também não se trata de nenhuma condenação (julgamento sim, condenação não). Como eu já disse, apesar de nunca ter sequer experimentado drogas ilícitas e não fumar, às vezes, bebo um pouco. No entanto, não acho que eu deva encher a cara, perder o controle e sei que se não tomar cuidado, o controle pode ser perdido. Se fosse possível estabelecer o limite exato de até onde se mantém o controle. Na maioria das vezes, isso não é possível. E aí?

Acho que alguns falariam que, como eu não experimentei nada disso, não teria condições de falar com propriedade sobre o assunto. Alguma coisa pode realmente ter escapado da minha análise e outras considerações que tenham a fazer são muito bem vindas, mas tenho certeza que não serei convencido a experimentar nada disso. Infelizmente, tem muita gente adepta do conceito de que é preciso se experimentar de tudo para se fazer as escolhas. Não compartilho dessa visão, pois somos providos de inteligência que nos permite pensar, analisar e imaginar cenários. O homem pode planejar suas ações e, para isso, não precisa ficar restrito ao campo de sua própria experiência. Então eu repetiria:

Não experimenta! Não experimenta! Não experimenta!
Não experimenta! Não experimenta! Não experimenta!
Não experimenta! Não experimenta! Não experimenta!
Não experimenta! Não experimenta! Não experimenta!

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