CONVERSANDO COM DEUS
A minha vez!
Tenho freqüentado algumas sessões no "Vão Divã". Temos conversado muito a respeito de Deus. Volta e meia me deparo com este assunto. No "Discussão pela Discussão" ou "De Onde pra Onde" (não sei qual é o nome válido) também li sobre isso. Em um post recente do "De Onde pra Onde" (resolvi adotar esse nome porque é assim que ele está linkado aí do lado) li a seguinte frase "Confio em Deus acima de tudo e isso me faz feliz".
Sou espírita e dou aula de Espiritismo e, como se não bastassem os Blogs, ouço toda semana frases do tipo "Deus está do nosso lado", "Deus sabe o que faz", "Trata-se de uma obra divina", entre muitas outras. Algumas dessas frases me deixam encafifado (tradução: com a pulga atrás da orelha).
Quem seria esse cara? As pessoas não falam de Deus de uma maneira estranha? Quantas vezes elas não são piegas? Quantas vezes não deixam a racionalidade de lado?
Já não acredito em Papai Noel. Não tenho porque acreditar que Deus seja um bom velhinho de barba branca. Não existe um Deus assim. Certas colocações passam a impressão de que Deus seria exatamente como nós. Não é verdade. Acredito apenas em duas semelhanças. A primeira é a inteligência. A inteligência que faz com que também sejamos criadores. Inteligência que nos faz discernir entre o bem e o mal. Inteligência que nos permite progredir. Outra semelhança é a capacidade de amar. Esta não é explicada, é sentida.
Complicado falar de Deus?
Complicado é ter noção completa do que ele seria já que ele não é o tal velhinho. Felizmente, podemos ter uma noção, podemos sentí-lo, se assim quisermos.
Conversar com Deus não é tão fácil como tem dito o paciente-terapeuta lá do "Vão Divã". É verdade... Descobri que não falo a mesma língua que ele, mas e daí? Também não falo japonês e nem por isso deixo de acreditar que o Japão realmente exista do outro lado do planeta e que muitos japoneses de olhos bem puxados vivam por lá. Cada vez que olho para o meu celular (Samsung) ou vejo um Toyota passando pela rua eu lembro que eles estão na área. No entanto, apesar de não falar essa língua esquisita, acho que não passaria fome caso despencasse de uma hora para outra na terra nipônica. Certamente teria alguma dificuldade, mas continuaria vivo. Com o tempo poderia aprender a língua, me habituar aos costumes. Aprenderia...
Ocorre o mesmo com Deus. Acho que pode ser necessário muito tempo para compreendê-lo, milênios talvez, possivelmente a eternidade. Não interessa, gradualmente o entenderemos.
Deus nosso criador. Ouço isso e não me preocupo em imaginar como foi essa criação. Acho estranho, porém, quando nos referimos a Deus como o Criador. Não que eu não ache que ele seja a causa de tudo e seja realmente o criador, mas as pessoas costumam dizer isso como se fosse algo sobrenatural. Algo surreal como algumas passagens bíblicas. Deus não seria alguém que monta um grande quebra-cabeça e pronto. Alguém que pega uma massa de modelar e molda o mundo. Não me sinto confortável em acreditar nisso. Prefiro acreditar nas leis naturais. Leis inteligentes. A natureza se apresenta de forma muito inteligente que o acaso não seria capaz de criar. Atrás de um efeito inteligente, uma causa inteligente: Deus. Simples assim... A parte complexa não sou capaz de entender, nem mesmo os maiores gênios e cinetistas da humanidade. Então para que me preocupar com isso agora?
Lembrando de Deus logo falamos de amor, de bondade. Sei que há guerras, miséria e outras mazelas no mundo em que vivemos. Reconheço que torna-se díficil entendê-lo em várias ocasiões. Porém, acredito na lei divina. Essa é a lei que nos leva ao progresso: a lei do amor. Quando buscamos o bem, o mal se esfacela. A vontade de estar bem nos impulsiona. Com o tempo percebemos que o que interessa é que todos estejamos bem. Esta consciência já foi desperta em muitos. Não em todos, mas como disse, o aprendizado sobre Deus é gradual.
Quando digo que Deus está dentro de nós (outra frase daquelas que ouço com freqüencia) não me refiro a alguém ou algo que me controle, mas sim a essa intuição, centelha ou seja lá do que for que queiram chamar isso que os faz buscar o bem.
Por hoje me basta acreditar na Bondade, no Amor. É assim que acredito em Deus. É assim que o entendo e, na medida do possível, converso com ele. Acreditando no amor e disseminado este amor o quanto puder. Por enquanto, Deus é pricipalmente amor. O resto, estudo mais tarde.
domingo, junho 15, 2003
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