HARDBALL – O JOGO DA VIDA
Eu não costumo comentar sobre filmes. Quem me conhece sabe muito bem disso. Sou incapaz de lembrar de detalhes e, em uma semana, costumo esquecer as poucas coisas que mantinha na lembrança. Não consigo lembrar nem do enredo de filmes bons que tenha assistido há algum tempo. Com raras exceções, como é o caso da série de Guerra nas Estrelas, lembro de detalhes (pelo menos, sob o meu ponto de vista) e da história como um todo. Guerra nas Estrelas marcou minha infância.
Um motivo muito especial, portanto, me leva a comentar um filme a que assisti neste último domingo: Hardball – O Jogo da Vida. Cheguei em casa cansado e não pretendia ligar a televisão. Acabava de voltar de um passeio ao Jardim Botânico com adolescentes que freqüentam o Lar Meimei, uma instituição que presta assistência a uma comunidade carente na Vila Missionária, aqui em São Paulo.
Ao dar uma passada por todos os canais da TV, percebi que o tal filme estava começando. Parei no canal e, apesar do extremo cansaço, continuei ali, assistindo àquele filme.
O filme é estrelado por Keanu Reeves, que interpreta Connor.
Connor estava encrencado. Adorava apostar e estava devendo uma enorme quantia em dinheiro para um poderoso banqueiro. Sem alternativa, recorreu ao irmão que se recusou a, simplesmente, pagar sua dívida. Ele lhe oferece um trabalho. Receberia semanalmente uma grana, caso se dedicasse a treinar um desajeitado time de beisebol formado por crianças carentes. Ele topa.
Daí para frente, é melhor não contar o que acontece. Assistam ao filme. Só digo uma coisa: o filme nos faz pensar em como levamos nossa vida. Ele mostra que cada criança representa uma vida que clama por atenção, por amor. Nos faz pensar em como, sem perceber, muitas vezes ignoramos essas pessoas que só precisam de carinho. Depois, lamentamos a violência. Esquecemos que a ausência de amor gera a violência. E o que fazemos? Cultivamos a indiferença?
Naturalmente, estabeleci a relação do filme com tudo o que fazemos com as crianças e adolescentes lá no Lar Meimei. O filme retrata muito bem o comportamento das crianças. É tudo muito parecido. O ambiente hostil em que vivem também é similar.
Cada vez mais reforço minha crença.
Crença de que temos um grande trabalho a realizar.
Doação de amor. Orientação. Educação.
Emocionei-me com o filme.
Fico feliz em poder participar de um trabalho que, certamente, indica a esperança de um futuro melhor.
Fico feliz em saber que muita gente pode fazer isso. E muita gente faz e ainda fará.
Estou comprometido até a alma, cada vez mais...
Como é bom isso!
terça-feira, outubro 21, 2003
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