Qualquer pessoa que tenha estudado um pouco sobre Marketing ou Recursos Humanos já deve ter ouvido sobre Abraham Maslow. Foi ele quem apresentou uma teoria, segundo a qual o comportamento humano é influenciado pela forma que as pessoas têm ou esperam ter suas necessidades atendidas.
Não quero simplesmente falar da Teoria de Maslow. Quero sim, fazer algumas considerações a respeito. Contudo, como talvez muitos não conheçam ou não se lembrem da teoria, antes de tecer meus comentários, apresento uma breve e simples explicação:
Todos temos necessidades, que passam pelas mais básicas até aquelas mais complexas, de acordo com uma hierarquia. Segundo Maslow, enquanto não se tem uma necessidade básica atendida, uma pessoa não busca o atendimento de uma necessidade mais complexa. Portanto, as necessidades seriam identificadas e trabalhadas por cada um, gradualmente, conforme uma determinada seqüência:
1. Necessidades fisiológicas: São as necessidades mais básicas. Referem-se às necessidades como: alimentação, repouso, sexo...
2. Necessidades de segurança: Atendidas as necessidades fisiológicas, as pessoas já pensam em como manter seu bem estar. Já se pensa, por exemplo, em se ter um bom plano de saúde, um adequado nível de instrução...
3. Necessidades sociais: O ser humano precisa sentir que tem companhia e que pertence a um grupo. Percebe que precisa amar e ser amado.
4. Necessidades de estima: Aqui já falamos em prestígio. Não basta pertencer a um grupo, é preciso que haja reconhecimento e destaque.
5. Necessidades de auto-realização: Após ter conseguido ?tudo? pensa-se em coisas mais nobres. Aumenta-se a consciência e busca-se ?sabedoria?. É comum referirem-se a executivos que, só após terem amealhado uma fortuna, passam a pensar em fazer trabalhos voluntários, por exemplo.
Bem... Essa é a teoria de Maslow. Agora, os meus comentários:
Em primeiro lugar, acredito que essa teoria tem sido muito útil para diversas organizações que, inevitavelmente, lidam com o elemento humano. No entanto, acho que está ultrapassada, porque é limitada. Quem foi que disse que é preciso satisfazer um tipo de necessidade de cada vez? Já existem outras teorias que atacam Maslow justamente neste ponto...
Mas não é essa a minha principal crítica com relação à Teoria de Maslow. Acho que seu principal problema se deve ao fato de não considerar os verdadeiros objetivos da vida das pessoas. Afinal, necessidades estão relacionadas diretamente com os objetivos que cada um estabelece para sua vida e os meios que imagina dispor para alcançá-los.
Alguns podem discordar, eu sei, mas nosso objetivo maior é, ou pelo menos deveria ser, espiritual. Os objetivos materiais são apenas instrumentais, ou seja, se relacionam com os meios de conquistar aqueles que são chamados espirituais.
Assim, teríamos apenas dois tipos de necessidades: materiais e espirituais. As necessidades espirituais relacionadas ao progresso moral e intelectual deveriam nortear o entendimento de quais seriam as reais necessidades materiais. O exemplo que citei do executivo, que só resolve ajudar os mais carentes depois de ter conquistado um bom grau de conforto material, é um exemplo de como as coisas estão invertidas. O correto seria considerar, antes, nossas necessidades relacionadas ao nosso objetivo espiritual de progresso moral e, depois, verificar o que pode ser útil no campo da matéria como suporte para conseguir atingir essas nossas metas espirituais.
A Teoria de Maslow funciona perfeitamente até hoje, porque pouco ainda se conhece sobre a realidade espiritual, que muitos ainda insistem em considerar uma mera questão religiosa. Mas isso está mudando...
Vocês acham que eu fui claro?
Gostaria que se manifestassem se concordam ou não, obviamente, mas também gostaria de saber se fui suficientemente claro no que quis dizer. Se não tiver sido, tento de novo...
terça-feira, maio 18, 2004
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