quinta-feira, janeiro 30, 2003

POIS É...

— E aí?
— Aqui.
— Como assim “aqui”?
— Aqui, aqui, ué. Você não perguntou daqui?
— “E aí” é só uma força de expressão. Quero saber como você está.
— Sei...
— Pois é.
— E se pois não fosse? “Pois é” também é uma expressão ridícula. O que quer dizer? Absolutamente nada!!!
— Tudo bem. Vamos deixar de conversa fiada. O que vai rolar hoje? Vamos sair?
— O que rola é bola...
— Será que não vai dar para termos uma conversa, não?
— Que eu saiba estamos conversando. O problema é o tipo de pergunta que você faz.
— Na boa... cansei.
— Naboa é mulher do nabo!
— Péssima essa!
— Tá bom, tá bom, mas pense bem, nossa língua é muito esquisita. Se você trabalhasse em uma loja eu perguntasse, como cliente, se poderia me ajudar o que você responderia?
— Pois não.
— Exatamente. Mas isso não seria o mesmo que negar auxílio. Você não deveria responder “pois sim”?
— Pois sim, quer dizer não. Soa como um “até parece”.
— Não disse?
— Pois é...

segunda-feira, janeiro 27, 2003

A CONCLUSÃO DE BELFAGOR

Hoje li Maquiavel. Desde criança ouço piadas sobre casamento. O homem nasce, cresce fica burro e, assim, casa. Pelo menos é o que dizem. Casar? Loucura! E minha liberdade? Que escravidão deve ser o casamento...

No inferno chegavam muitos homens. Diziam que lá chegavam por conta de suas mulheres. Elas os haviam transformado em pecadores. Reunidos, os príncipes das trevas resolveram que um deles deveria ir juntar-se aos mortais e verificar se era de fato verdade o que falavam aqueles homens. O escolhido foi Belfagor.

Belfagor chegou ao mundo aparentando uns trinta anos e com muito dinheiro no bolso rodeado de empregados que havia trazido do inferno. Conheceu Honesta, uma garota linda, porém de uma família sem muitas posses. Como havia combinado casou-se com Honesta e, agora, deveria sofrer tudo o que alegam sofrer os homens. Assim foi. Começou tendo que acatar todas as suas ordens sob pena de ouvir inúmeras ofensas e reclamações caso não o fizesse. Querendo se mostrar superior exigia festas que dilapidavam com o patrimônio do coitado do diabo. Como se não bastassem os gastos com sua própria esposa ainda precisava gastar com as irmãs e os cunhados. Isso sem falar do “inferno” que era viver ao lado dela. Nem os diabos que vieram com ele como criados suportavam a aquela mulher. Encurtando a história, Belfagor fugiu de volta ao inferno e lá chegando comprovou a tese dos homens.

O idiota do Belfagor deve ter sido sugestionado pelos seus colegas das trevas e pecadores que ali chegavam. Só assim para não enxergar a dádiva de ter uma linda mulher ao seu lado. Em 1 de dezembro de 2001 comecei a viver a experiência de Belfagor. Não acredito em inferno. Não acredito na conclusão deste diabo.

O casamento é maravilhoso. Chega a ser divino. Daí, talvez, se explique a dificuldade de um diabo de entender um pouco melhor como é bom ter uma companheira (não é, nem de longe, uma referência ao nosso atual presidente, he, he, he). Companheira é aquela que compartilha conosco todos os momentos da vida: os bons e os maus. Ao mesmo tempo forte e frágil nos ajuda quando mais precisamos e nos deixa retribuir fazendo-nos fortes também.

Monotonia? Rotina? O que é isso? Escovo os dentes todos os dias nem por isso vou parar de escovar por se tratar de uma rotina. Mesmo se fosse solteiro, continuaria a escovar os dentes com a mesma freqüência. Se vivemos de forma monótona, a culpa é exclusivamente nossa e não tem nada a ver com casamento. Meus amigos Belfagores que me desculpem...

Manias? Defeitos? Quem não os tem? Muito me admiram os próprios diabos a recriminarem as mulheres. É verdade que mulheres tem manias que lhes são próprias. Por exemplo, aquelas repetidas perguntas: Você me ama? Você acha que engordei? Basta responder sim para a primeira e não para a segunda. Simples...

TPM? A gente aprende a lidar com ela. Trata-se de algo chato, mas contornável. Quem não acredita nisso pode desistir mesmo. Faz o seguinte: viva falando de futebol, por exemplo. Faça isso todo dia, toda hora. Gosto muito de futebol, mas posso afirmar que homem é muito mais chato que mulher. Vivi cinco anos cursando engenharia. Naturalmente, eu e meus amigos, sentíamos por diversas vezes falta de mulheres para mudar um pouco o rumo das conversas. Quem não gosta de mulher é gay.

Liberdade? Será que não poderemos sair mais com os amigos? É verdade que às vezes existem conflitos. A mulher às vezes nos quer só para elas. No fundo, é gostoso saber disso. Muitas vezes nós mesmos queremos ficar é com elas. Continuo com meus amigos. Conflitos são negociáveis.

E os beijos? Beijos apaixonados que tocam fundo na alma. Corpos que se tocam e trocam carícias deliciosas. Carinho, sexo. A pele, o aconchego. Prazer, amor.

Casamento é alegria. É ter uma vida a dois que é só dos dois. Podemos rir, sorrir, chorar e, principalmente, amar. Amar da forma mais plena que conheço. Chega a dar vontade de definir e explicar o que é o amor. Este amor fica quase que tangível. Aquela palavra de significado tão complexo, que muitos tentam definir sem sucesso, fica simples. O significado fica na ponta da língua pronto para que ser anunciado àqueles que ainda não o conhecem, mas se eu disser, perde a graça. Cada um deve descobrir sozinho, ou melhor, com sua amada, o verdadeiro significado da palavra amor.

Sou muito feliz. Serei sempre feliz. Amo a minha esposa!

Vocês ainda acreditam em inferno? Tsc, tsc, tsc...


sexta-feira, janeiro 17, 2003

QUEM TEM MEDO?

Alguns devem se lembrar de quando escrevi sobre as minhas aventuras em um teco-teco, um Cessna 206. Ultimamente tenho viajado bastante de avião. A empresa que trabalho tem sede em São Paulo, contratou outra empresa em Betim-MG para construir uma linha de transmissão de energia no Pará e no Maranhão e contratou uma consultoria de Brasília. Conclusão: volta e meia estou no viajando para MG, DF, PA e MA.

Ontem estava em Brasília e voltei lá pelas 15:00. Já tenho me acostumado a viajar de avião, mas ontem peguei uma bela de uma turbulência na volta. Mais forte que o normal. A mulher que estava ao meu lado derrubou todo seu guaraná sobre mim. Era engraçado porque era perceptível a preocupação das pessoas. Muitos rezavam disfarçadamente para que estivéssemos logo em terra firme. Quando cheguei reparei que havia chovido muito em São Paulo e que o aeroporto de Congonhas encontrava-se fechado minutos atrás.

Hoje quando cheguei ao escritório encontrei com um amigo que havia voltado de Marabá também no dia anterior. A experiência dele foi diferente. Algo cinematográfico (não faria a menor questão de participar deste filme). Passado algum tempo de vôo, surpresa: máscaras de oxigênio caíram sobre suas cabeças. Isso mesmo! Aquelas máscaras de oxigênio da demonstração das aeromoças. A cabine despressurizou. Meu colega me contou ainda que sentiu cheiro de queimado. Ele disse que disfarçadamente tentou avistar a turbina do avião para verificar se havia algum problema. Acho que ele era o único que tentava disfarçar a preocupação, pois segundo seus comentários o pânico tomou conta dos passageiros. Havia um homem que agarrava umas quatro máscaras de oxigênio e dizia que não funcionavam. Não tenho condição de descrever uma cena que não presenciei (ainda bem...), mas imagino a balbúrdia.

Pois é, as coisas podem ser piores do que pensamos. Eu estava incomodado com uma simples turbulência...

Ah, na semana que vem meu amigo viaja novamente para Marabá. Ele está mais tranqüilo. Considerando probabilidades, a chance de repetição de uma ocorrência dessa com ele é muito mais remota. Eu devo viajar na semana que vem ou na próxima também e ainda não vi máscaras de oxigênio em aviões além daquelas utilizadas para demonstração. Será que isso é bom? A probabilidade de acontecer comigo é maior?

Às vezes ficamos curiosos para saber se, em uma emergência, as famosas máscaras de oxigênio cairiam do teto do avião. Prefiro continuar curioso. Já falaram em testar o airbag do meu carro. Sinceramente, não vejo a menor necessidade...

quinta-feira, janeiro 09, 2003

COMO MATAR ALGUÉM SEM DEIXAR PISTAS

Nunca quis matar ninguém. A pessoa que menos gosto não precisa nem se preocupar, porque não sei nem se eu me daria ao trabalho de xingá-la.

Pois é, essa net é engraçada mesmo. Descobri que um dos acessos a este Blog foi feito através de um site de busca. Alguém fez a procura com os seguintes dizeres: “Como matar alguém sem deixar pistas”. E não é que acharam o Atrás da Orelha!

Acho que não escrevi isso. Alguém leu isso no meu Blog? Nem procurei ler meus textos para verificar. Pensei em fazer a busca exatamente como fizeram, mas não fiz. Já pensou se alguém descobre que ando procurando dicas de como matar alguém sem deixar pistas?
(he, he, he)

Acho que a pessoa que fez a busca se decepcionou. Não sei como matar alguém sem deixar pistas e não pretendo saber como matar alguém sem deixar pistas. Acho até que meus textos estão indo muito pro estilo “bonzinho”. Já pensaram se escrevesse alguma coisa mais pesada? Uma legião de aspirantes a assassinos poderia visitar esta página...

Bom, contando o número de vezes que escrevi “como matar alguém sem deixar pistas” neste post, é bem possível que o número de acessos via sites de busca aumente bastante. Será?

domingo, janeiro 05, 2003

PRAIA BRANCA... DE FUMAÇA

Quem sabe por onde anda o pessoal do Planet Hemp? Quem me conhece sabe como gosto desses caras. Quem diz que uma erva natural não pode te prejudicar deve comer merda, pois é natural e não deve causar nada de mal além de um certo mau hálito. Lembrei do Marcelo D2 e companhia porque estive neste feriado na Praia Branca no Guarujá. Lá só tem "nóia", mas a praia é "tocha". Uma praia que não tem nada a ver com o Guarujá. É bonita e agradável. Curioso foi que a Carol que estava com a gente fez questão de alertar a Fá (minha esposa para quem não sabe) de que rolava muito baseado naquela praia e eu poderia não gostar. Acho que a Carol me enxerga como se fosse um tipo de pai mais novo que seria implicante e conservador. Mal a sabia a Carol que já havia estado naquela praia por duas vezes e havia adorado o lugar. O espanto dela foi maior quando disse que considerava normal fumar maconha (tirei muito sarro dela...). Díficil foi explicar para a Fá porque eu considerava isso normal. Acho que ainda não a convenci. Ela acha que não há nada de normal nisso.

Acho normal porque acho que é comum. Só isso. Não concordo com o uso da maconha e tenho uma posição muito clara sobre isso. Acho que existem inúmeras razões para ser contra, mas isso é assunto para outro post. Quero discutir agora o pensamento mediano, medíocre. O que levaria a maconha a ser algo tão normal? Acho que existem várias razões para alguém experimentar a maconha. A curiosidade e a falta de informação podem ser motivos. Talvez a vontade de estar na moda, na média, na mediocridade seja o maior deles. Não afirmo isso pelo fato de fumar um baseado em si, mas pelo fato de não existir nehum tipo de questionamento mais sério sobre a questão se vale ou não vale a pena fumar a erva. Acho que muitos pensam que seria o mesmo que fumar um cigarro qualquer ou consumir bebida alcóolica (isso também é assunto para outro post). Outros acham que aqueles que são contra não têm idéia do prazer de puxar um fumo. Mas a maioria não pensa seriamente à respeito. Alguns não querem nem pensar. Pensar para quê? Outros acham que são muitos espertos e que pensam bastante, mas na mina opinião, caem na mesmice. Pensam igual aos integrantes do Planet Hemp. Ídolos?!

Dicursos moralistas são ouvidos por aí. Infelizmente, na sua grande mairoria são carregados de preconceito e condemam simplesmente o uso da maconha sem apresentar argumentos consistentes que indiquem os malefícios advindos desse uso. Quem não vê problema no uso da maconha provavelmente percebe todo esse preconceito e, muitos, que preferem pensar a simplesmente aceitar uma condenação ou proibição, acabam dando risada dos frágeis argumentos que são utilizados contra a maconha.

Acredito que os adeptos do baseado não têm má índole ou são simplesmente contrários a regras. Acho que o maior problema é que esses que curtem um baseado não pensam em questionar quem os incita a questionar os discursos moralistas. Não questionam aqueles que pregam a disseminação da uso da maconha. Curtem as letras do Planet Hemp... Questionar discursos moralistas preconceituosos é importante, porém mais importante ainda é questionar quem prega a utilização dessa droga. Muitos se julgam espertos porque acham que vão contra um sistema preconceituoso, mas não percebem seus próprios preconceitos.

Está na hora de buscar mais informação e ter uma visão um pouco mais abrangente sobre o que acontece. Como essas coisas podem nos afetar e prejudicar também quem está ao nosso lado. Faço questão de ressaltar que tento não ser preconceituoso. Tenho amigos que fumam e não tenho nada contra eles. Trato-os da mesma forma que trataria qualquer outro. Se tiver a oportunidade experessarei minhas opiniões à respeito, mas não pretendo ser chato. Cada um sabe o que faz e se não sabe, vai aprender. Vocês já pensaram seriamente a respeito desse assunto? O que vocês acham?

Aguardem novos posts sobre o assunto...